terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que você precisa?

O que você precisa?

Eu preciso de poesia
Preciso de dor
E de um pouco de rancor

Preciso de amor
Preciso de magoas
E de um pouco de raiva

Preciso que você e diga
O que nunca me diria
Antes do nascer do dia
Pois a pressa é minha inimiga.

Me diz que ainda é minha?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

* Episódio 1: O Desterro.

* Chegando ao fim de seu percurso, ainda ofegante, ele deposita todo o peso de seu tronco sobre as mãos nos joelhos e fala a si mesmo uma porção de coisas que, aos ouvidos alheios, não têm nexo algum. Ele balbucia as mesmas lamúrias repetitivas que sempre fizeram parte da sua vida, como se lhe fossem combustível vital e imprescindível para o funcionamento do coração.

* Com parte do fôlego recuperada, ele torna a andar, procurando nos olhos dos passantes algum vestígio do semblante daquela que ele tanto procurou. Percebe estar totalmente perdido, e resolve perguntar ao homem que ali estava sentado, entoando canções em troca de moedas:

* - Aonde foi que eu errei?

* - O brilho que emana da tua alma pode ser visto a qualquer distância. O teu erro foi querer mostrá-lo a uma moça cega dos dois olhos.

---

* - É, meu caro, talvez essas Meias não tenham sido realmente feitas para os seus pés.